12.6.06

quadriculado

Esse ano é um ano de escolhas. Há duas óbvias:

• Escolher um time na copa do mundo – porque torcer pro Brasil esse ano é furada, já que desde '62 há intercalação de vencedores sul-americanos e europeus. Além disso não tem graça torcer pro Brasil, que é sempre favorito mesmo quando não goleia times infinitamente mais fracos, quando faz um imbroglio qualquer na final (vide '98), quando a comissão técnica e jogadores não são os melhores e outras pataquadas afins;

• Escolher em quem (se em alguém) votar para presidente – afinal, eleições presidenciais são sempre uma escolha entre os despiores, principalmente depois que o último dos inocentes foi eleito e se mostrou pouco diferente dos outros. Embora o atual governo esteja fazendo coisas dignas de nota, como desmantelar a base de ACM na Bahia levando grupos médicos cubanos para o interior do estado-capitania e arrebanhando apoio de prefeitos atrelados à base de Toninho Malvadeza (coisa que no sul maravilha não é comentado devido a falta de apoio às indústrias e conglomerados daqui), isso não torna os atuais inocentes reelegíveis e consequentemente a falta de opções viáveis é alarmante;

Além destas, há ainda aquelas que são diárias e não estão atreladas aos anos de exceção como este. É necessário escolher se se mantém a postura hipócrita com relação à corrupção nacional (da qual só reclamamos quando esta não nos beneficia) ou se cobramos quem deve ser cobrado e paramos de tolerar o "jeitinho brasileiro"; se aceitamos a mediocrização da mídia passivamente, acreditando no discurso de "imparcialidade", ou se pressionamos os grandes veículos a tomarem uma posição sobre os acontecimentos, apontando os pontos de vista de todos os lados da questão. (Há uma grande diferença entre tais posições: uma mostra apenas o que é conveniente ao veículo e não coloca a opinião do mesmo; outra, mostra todos os lados - consequentemente informando o leitor/espectador/ouvinte - e coloca a opinião do veículo, defendendo este ou aquele interesse e apontando suas razões para tal); se continuamos a fazer promessas de ano novo que não vamos cumprir, ou se nos colocamos objetivos que desejamos alcançar; se conseguimos dialogar com os outros, ouvindo (ainda que discordando) de seus pontos de vista, ou se mantemos o discurso de liberdade de expressão e tolerância cultural e continuamos "cegos" aos confrontos inter-tribais; se reclamamos do fato dos bancos não abrirem em dia de jogo da seleção ou se continuamos acreditando que a economia vai muito bem, obrigado.

É claro que há muito mais escolhas que precisam ser feitas e que elas não são apenas uma questão de cara-ou-coroa, preto no branco. Você já fez a sua?

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PS: àqueles a quem cabe, feliz dia dos namorados.

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